Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O candidato à Presidência daRepública Geraldo Alckmin (PSDB/PFL) afirmou hoje no Rio que, se eleito, vai seinspirar no presidente da República Rodrigues Alves (1902-1906) – segundo ele,um dos presidentes brasileiros que mais governou para o Rio de Janeiro.“Eu quero me inspirar noRodrigues Alves para ser um presidente do Rio de Janeiro, com o Rio de Janeiro,para o Rio de Janeiro”, disse, em discurso em Bangu, na zona oeste da capitalfluminense.Alckmin voltou a dizer que não pretende privatizar empresasou bancos estatais caso seja eleito. O candidato criticou os adversáriospolíticos que, segundo ele, vêm espalhando mentiras sobre o seu programa degoverno. “O meu programa de governo contém 216 páginas e nenhuma delas fazreferência a isso (privatização)”, disse.“A única coisa que eu vourealmente acabar é com a 'mentirobras'. Na realidade o que nós vemos sãoministros se transformando em boateiros. O presidente da República falandomentiras. Não se faz campanha falando mentiras”, afirmou. Em junho deste ano, depois que otucano já passara o cargo para seu vice, Cláudio Lembo (PFL), o governopaulista vendeu uma empresa de transmissão de energia, a CTEEP. O adversário deAlckmin, Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PCdoB/PRB), tem citado esse exemplo,entre outros, para relacionar Alckmin às privatizações.Alckmin destacou que, a despeitode a direção nacional do PDT ter anunciado ontem neutralidade no segundo turno,sua candidatura vem recebendo apoio de lideranças do partido. O tucano citou,entre esses apoios, os de Paulo Pereira da Silva (líder da Força Sindical edeputado federal pelo PDT paulista), do senador Jefferson Peres (PDT/AM),candidato a vice na chapa de Cristovam Buarque, no primeiro turno, e doex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa. Segundo Geraldo Alckmin,os compromissos com o PDT expostos em carta ao presidente Nacional doPartido, Carlos Lupi, estão todos mantidos. Entre esses compromissos, estáo de não promover privatizações em seu eventual governo.O tucano participou no Rio deJaneiro de uma entrevista no jornal O Globo e depois fez caminhada nocalçadão de Bangu. Alckmin estava acompanhado doprefeito do Rio, César Maia (PFL), e de outras lideranças locais. O tucano voltou a cobrar de seuadversário petista informações sobre a origem do dinheiro que seria usado nacompra de um dossiê contra políticos tucanos. Ele acusou o governo de“esconder” a origem do dinheiro e voltou a afirmar que o dossiê visava aatingi-lo – que ainda está sob investigação policial.A candidata do PPS ao governo doRio de Janeiro, Denise Frossard, aliada da coligação que apóia Alckmin noestado, não compareceu ao ato político em Bangu. Segundo a assessoria deimprensa da candidata, Denise Frossard não foi à caminhada porque cumpriaagenda em outra região da cidade. Depois da caminhada no começo da tarde no calçadãode Bangu, o candidato do PSDB à Presidência da República seguiu para São Paulo.