Tratamento diferenciado é solução para micro e pequenas empresas, diz presidente de sindicato

17/10/2006 - 11h33

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que quase a metade das empresas brasileiras criadas em 1997 tinha fechado as portas em 2004.Na avaliação do presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de São Paulo (Sescon-SP), Antônio Marangon, o número revela as inúmeras dificuldades enfrentadas, principalmente por micro e pequenos empreendimentos no país.Pelos cálculos da entidade, existem hoje cerca de 4 milhões de micro e pequenas empresas no Brasil. A estimativa é que outros 9 milhões de negócios do mesmo porte estejam em situação informal.Em entrevista hoje (17) ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, Marangon disse que a aprovação da lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, que tramita no Congresso Nacional, é a única saída para estancar o fluxo de empresas que deixam de pagar impostos e cumprir deveres trabalhistas. E também uma solução para a informalidade."Enquanto o país não enxergar que tem que fazer tratamento diferente para o grande e para o pequeno, essas empresas, essas pessoas vão para informalidade. Tempos atrás, de cada três empresas, duas morriam em dois a três anos. Como o Brasil não tem emprego, vão para informalidade".Segundo ele, pequenas, médias e grandes empresas enfrentam os mesmos processos burocráticos e arcam com uma alta carga tributária, que alcançou os 38% dos rendimentos em 2005. Para Marangon, a legislação deve prever regras trabalhistas e alíquotas específicas que garantam a competitividade e o crescimento desses empreendimentos.