Pesquisa mostra aumento de vendas no comércio varejista em agosto

17/10/2006 - 14h15

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de janeiro - O volume de vendas do comérciovarejista cresceu 2,32% no mês de agosto. O resultado foi superior aode julho, quando as vendas do setor tiveram recuo de 0,56%, e também aode junho, quando houve variação negativa de 0,42%.

Deacordo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje (17) peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expansão novolume de vendas na passagem de julho para agosto reverteu as quedasseguidas nos dois meses anteriores.

Todasas atividades consideradas pelo IBGE nessa comparação tiveramresultados positivos. O maior avanço foi no setor de Móveis eeletrodomésticos (7,70%). Também cresceram as vendas de Tecidos,vestuário e calçados (3,63%); Combustíveis e lubrificantes (3,41%);Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo(0,68%).

Segundo Reinaldo Pereira, daCoordenação de Comércio e Serviços do IBGE, os fatores que explicam aexpansão das vendas são a melhoria no rendimento médio das famílias e oaumento do emprego com carteira assinada, (de 3,5% e de 5,9%,respectivamente) apurados em agosto pela Pesquisa Mensal de Emprego,também realizada pela instituição. “Houve melhoria da renda em agosto.No emprego, também [houve] uma certa estabilidade, e isso pode ter contribuído para esse resultado”, afirmou Pereira.

Eledisse que, além disso, o aumento da entrada de artigos importados nopaís, por causa da cotação baixa do dólar, faz crescer a concorrênciados produtos no mercado, reduzindo os preços e favorecendo a alta nasvendas, principalmente no caso dos móveis e eletrodomésticos.

APesquisa Mensal de Comércio também indicou expansão de 6,27% no volumede vendas a varejo em relação a agosto do ano passado. Nessa comparaçãocom períodos idênticos aos do ano anterior, a taxa de crescimento foide 6,27%, bem acima das registradas em julho (2,25%) e junho (3,97%).

Setedas oito atividades avaliadas tiveram aumento no volume de vendas. Osetor que mais contribuiu para o resultado global foi o deHipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,com expansão de 7,48%. A única atividade em que houve queda nas vendasa varejo, em relação ao ano passado, foi a de Combustíveis elubrificantes, com recuo de 6,58%.

ConformeReinaldo Pereira, os fatores que continuam influenciando de maneirageral o crescimento nas vendas, já observados nos meses anteriores, sãoa melhoria do rendimento das famílias e o aumento da concorrência, coma entrada dos importados e a redução de preços.

Eledestacou também a queda nos preços dos alimentos, que vêm aquecendo asvendas do setor de hiper e supermercados. “O aumento de renda, aliado àredução nos preços de alimentação - houve até deflação - contribuiumuito para a variação de hipermercados, que tem um peso grande noíndice”.

Pereira apontou, comoalteração no cenário apresentado em julho, quando o crescimento dasvendas em relação ao ano passado foi menor (2,25%), uma possívelsubstituição do elemento crédito pelo fator redução de preçosfavorecida pela entrada dos importados como alavanca para o desempenhodo comércio. “O que vem dando um pouco de gás, principalmente nasvendas de móveis e eletrodomésticos, são os importados, reduzindopreços”, avaliou.

“Antes, asvariações eram muito baseadas no crédito, mas agora, como parece que aspessoas estão muito endividadas, pode ser que os importados tenhaminfluenciado a recuperação nas vendas, principalmente no segmento demóveis e eletrodoméstico”, ressaltou o técnico doIBGE.    

Naavaliação regional, 26 dos 27 estados da federação apresentaramresultados positivos no volume de vendas do comércio varejista. SomenteMato Grosso teve variação negativa, de 12,36%. Segundo o IBGE, o motivoé a desaceleração na economia regional, que tem grande dependência dasoja, com preços em baixa no mercado internacional.O crescimentoacumulado no volume de vendas do comércio varejista no país, de janeiroa agosto deste, ano está em 5,30%, se comparado ao mesmo período do anopassado.