Ministra do Meio Ambiente afirma que Amazônia não está à venda

17/10/2006 - 16h53

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sinalizou hoje(17) que o governo brasileiro está atento para enfrentar eventuais investidasde estrangeiros no domínio da floresta amazônica. “A Amazônia não está à venda.Nós termos um mecanismo correto e adequado, e o estamos apresentando, a partirde nossa soberania, dos nossos esforços, de nossas tecnologias já criadas, paracombater o desmatamento”. A previsão da ministra é de que este ano ocorra umaredução de 11% na taxa de desmatamento da Amazônia. No período 2004-2005, houveum decréscimo de 32%. Marina Silva deu as declarações após reunir-se com oex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, em São Paulo. No encontro aministra pediu o apoio do norte-americano, que está envolvido com as questõesde preservação ambiental, à proposta brasileira a ser apresentada em novembropróximo na 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas(COP12), em Nairóbi, no Quênia, África. A título de colaboração com a preocupação mundial de combateaos gases que levam ao aquecimento da temperatura no globo terrestre, o chamadoefeito estufa, o Brasil vai propor “a criação de um mecanismo de incentivopositivo para países em desenvolvimento que reduzirem seus índices dedesmatamento, como o Brasil”. A idéia é compensar os países que reduzirem os poluentes naatmosfera com uma ajuda financeira ou tecnológica por parte dos países ricos.Um esboço dessa sugestão já foi submetido aos países signatários da convençãoem um workshop técnico, realizado em Roma, no último mês de agosto. De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente, aproposta não prevê obrigações futuras e pode se tornar uma alternativa paraviabilizar o apoio dos países desenvolvidos à conservação das florestastropicais. Além do incentivo sugerido, a ministra mostrou a Al Gore queo governo brasileiro quer “esvaziar também o discurso daqueles que querem“ajudar” se dispondo a comprar terras na Amazônia”.Al Gore não deu entrevista, mas conforme o relato de MarinaSilva, “ele reagiu muito bem” à proposta apresentada. A ministra demonstrou ainda que o Brasil têm obtido êxito emsua política ambiental, não só no que se refere ao combate ao desmatamento, masno desenvolvimento de alternativas aos combustíveis fósseis. “Estamosoferecendo ao mundo novas tecnologias sobre os biocombustíveis e temos umamatriz energética limpa, que atinge a 45% da oferta, e se falarmos apenas daenergia elétrica, este percentual sobe para 81%”, ressaltou.