Combate à fome deve ser imediato e também a médio prazo, diz representante da FAO

17/10/2006 - 14h32

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O combate à fome deve ser feito de forma imediata, mas é preciso, ao mesmo tempo, ter programas de alcance médio para fazer mudanças estruturais. A afirmação foi feita hoje (17) pelo representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Tubino, em entrevista à Rádio Nacional.Na entrevista, Tubino lembrou o lançamento, ontem (16), Dia Mundial da Alimentação, de um programa de combate à fome para a América Latina e o Caribe baseado na experiência brasileira do Fome Zero. "Nós temos documentado lições do Fome Zero no Brasil, e cada país vai ter que olhar todas essas lições e adaptá-las à sua realidade", disse ele. Tubino destacou que o Brasil está reduzindo a desigualdade e a miséria extrema, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas, baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Sobre a América Latina e o Caribe, Tubino disse que, apesar de ser o continente com a maior estação de produtos agrícolas do mundo, há mais de 50 milhões de pessoas em situação de subnutrição crônica. "O que falta é um enfoque integral, uma integração de programas. E eu acho que o Brasil está nesse caminho, mas ainda tem muito caminho para percorrer". De acordo com o representante da FAO, o objetivo do programa para a América Latina e o Caribe é zerar o problema da fome no continente até 2025. "Com certeza nós vamos tentar, por todos os meios, atingir essa meta. Mas a decisão é da própria sociedade, porque eles têm que dar, as sociedades, a população em geral, ricos, classe média e pobres, têm que tomar essa decisão".O Dia Mundial da Alimentação, comemorado há 26 anos, tem o objetivo dechamar a atenção para a fome e a insegurança alimentar que afetammilhões de pessoas em todo o mundo.