Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O salário das mulheres, ainda inferior ao dos homens, aumentou mais em 2005 que o dos trabalhadores do sexo masculino. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada hoje (27) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o aumento real foi de 2,95% na remuneração das trabalhadoras, contra 1,8% na dos homens, em comparação com o resultado de 2004. Nesse ano, o salário delas equivalia a 81,2% do recebido pelos homens e em 2005 o percentual subiu para 82,1%.Segundo o ministro, as mulheres ainda ocupam menos posições de chefia e cargos gerenciais. No ano passado, a remuneração média feminina se manteve inferior à masculina em todos os níveis de escolaridade. A maior diferença foi apontada para as trabalhadoras com diploma universitário, que recebem o equivalente a 56,94% dos homens com a mesma formação. “Apesar de a mulher ter ensino superior igual ao homem, ou mais, ela ainda não tem acesso, como os homens, a algumas funções no mercado de trabalho”, comentou Marinho.O levantamento identificou também que o mercado de trabalho que exige formação de ensino superior gerou mais oportunidades para a população feminina. Foram criados 268,3 mil empregos desse nível para as mulheres, contra 173,4 mil para os homens. Já as vagas de ensino médio completo para os homens (725,9 mil) superaram os postos para as mulheres (488,6 mil).Luiz Marinho destacou o crescimento do número de trabalhadores que têm cobertura previdenciária nos últimos dez anos: de 37% em 1995 para 40% no ano passado. Considerando o trabalho informal, identificado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o benefício era garantido a 47% dos trabalhadores em 2005, contra 43% há dez anos. De acordo com a Rais, o maior número de empregos criados foi para a faixa etária de 40 a 49 anos.