Advogados recorrem ao TRF contra prisão de três investigados sobre dossiê

27/09/2006 - 22h41

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os advogados Aldo de Campos Costa e Frederico Donate Borba deram entrada há pouco, no Tribunal Regional Federal (TRF) - 1ª Região, com pedido de habeas corpus contra a prisão preventiva de três suspeitos de envolvimento na compra do dossiê que incriminaria políticos do PSDB e outros partidos. Os habeas corpus são contra as prisões de Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho; Jorge Lorenzetti, ex-analista de mídia da campanha do PT à Presidência da República; e Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil. "O habeas corpus busca revogar o decreto prisional demonstrando que uma eventual medida que impusesse a acareação seria inócua, já que eles poderiam se valer do direito constitucional de permanecer em silêncio", disse Aldo de CamposOs três tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal de Mato Grosso, juntamente com outras pessoas acusadas, mas as prisões só poderão ser efetuadas na próxima semana, de acordo com a legislação eleitoral. Segundo Aldo de Campos, que é advogado de Lorenzetti, a Justiça pretendia ter os três presos para garantir a acareação entre todos os suspeitos de envolvimento na compra do dossiê. O advogado acrescentou que os três podem comparecer à acareação espontaneamente, sem a necessidade da prisão. “O argumento é que a acareação seria dificultada”, disse.  Defensor de Oswaldo Bargas e Expedito Veloso, o advogado Frederico Donate informou que estuda a possibilidade de entrar com pedido de reconsideração da prisão na Justiça Federal de Mato Grosso. “A versão dos três é harmônica. Eles não participaram da compra do dossiê. Compete ao Ministério Público apurar inverdades. Não é com a prisão das pessoas que vai se chegar à versão que o Ministério Público pretende”, disse Donate.