Idoso está fora da pauta dos candidatos, critica médico

27/09/2006 - 18h57

Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - O Estatuto do Idoso foi criado em 2003 para melhorar as condições de vida da população com mais de 65 anos. O documento, no entanto, é insuficiente para garantir cidadania aos idosos, critica Renato Maia Guimarães, do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Geriatria.“É muito triste, às vésperas de uma eleição presidencial, nenhum dos candidatos demonstrar a menor preocupação com os idosos. Tratam os mais velhos como se tratava há 20 anos, como se eles precisassem apenas de um quilo de alimento, no verão, e um cobertor no inverno”, critica o médico, chefe do Centro de Medicina do Idoso e do Centro de Referência em Doença de Alzheimer do Hospital Universitário de Brasília (HUB).“Um conjunto de ações bondosas”, segundo ele, não resolverá o problema do envelhecimento do país. “Precisamos tratar os problemas do envelhecimento como questão de cidadania. Sem, isso, primeiro, [o estatuto] não será cumprido pelo governo. Como sempre, o governo vai se omitir em relação ao estatuto.”Guimarães destaca como um dos principais pontos do estatuto a ser cumprido pelo novo governo a distribuição gratuita de medicamentos para idosos. Segundo ele, na área de saúde, o Ministério da Saúde age como se a população brasileira ainda estivesse nos anos 70.“Só lida com programa que visa a criança, que é absolutamente necessário, e a mulher. O resto da população trata como igual. Agora, tratar como igual uma pessoa com 75 anos com pneumonia e uma com 50 anos com a mesma doença se constitui um absurdo e provoca uma pressão muito grande em toda a área de saúde.”