Mantega afirma que economia brasileira está sólida e continua crescendo

22/09/2006 - 20h18

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou hoje (22) aimprensa para rebater informações divulgadas nos últimos dias de que a tensãocom a crise política teria abalado os mercados. O ministro afirmou que aeconomia brasileira “está sólida, robusta e continua crescendo”.De acordo com o ministro, a “ligeira” turbulência quevem sendo notada na Bolsa de Valores e mesmo no que se refere ao risco país nãoestá relacionada com a questão política.“O que nós estamos  observando é que a economiaamericana está dando alguns sinais de  desaceleração e, portanto, podeafetar a economia mundial. Então, houve uma desvalorização de commodities emesmo do petróleo”, argumentou. Mantega lembrou ainda que ocorreram problemas localizados emalguns países, como no Equador, que anunciou a intenção de renegociar suadívida externa, “o que afeta e preocupa os mercados”. Ele citou ainda ogolpe de Estado na Tailândia e a queda do gabinete na Polônia, entre outrosepisódios recentes.“São questões que estão relacionadas com o mercado mundial.As bolsas caíram no mundo todo ontem (21), desde Nova York, México e Brasil, e orisco dos países emergentes cresceu ontem exatamente na mesma proporção”,afirmou o ministro, acrescentando que o aumento do risco país foi de 7% no Brasile nos demais países emergentes.A Bolsa de Nova York caiu ontem 0,7%,enquanto a Bovespa teve queda de 3,99%. Hoje (22), a bolsa americana mostrouretração de 0,22% e a Bovespa de 0,09%, acumulando na semana baixa de 3,79%. Em janeiro deste ano, o risco  Brasil era de 300pontos, contra a média dos países emergentes de cerca de 190 pontos, o queresultava em uma diferença de 110 pontos. De janeiro para setembro, a diferençafoi reduzida, e está hoje na faixa dos 50 pontos. “O Brasil tem diminuído seurisco em relação aos países emergentes”, constatou o ministro. A tendência, disse Mantega, é diminuir essa diferença.“Significa que somos considerados mais sólidos do que éramos no passado”.“Não vai ser o dossiê do Brasil que vai afetar o risco dospaíses emergentes”, analisou Mantega, atribuindo esse resultado (aumento dorisco Brasil) ao cenário internacional. O ministro disse que a turbulência externa é passageira eque “o Brasil está muito sólido em relação a isso, está vacinado para nãosofrer novos problemas no futuro”.De acordo com Mantega, mesmo que o Federal Reserve (BancoCentral norte-americano) venha a reduzir as taxas de juros, em função dadesaceleração da economia americana, a trajetória das variáveis econômicas doBrasil não serão alteradas “porque a nossa taxa de juros continuará sendodescendente, continuará sendo reduzida em função da situação confortável quetem o Brasil”, além das trajetórias positivas das contas externas e internas eda inflação.