Cecília Jorge e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O emprego terceirizado sofreu uma rápida expansão no país nosúltimos dez anos. Entre 1995 e 2005, de cada três novas vagas detrabalho criadas no setor privado uma foi pela terceirização. O ritmomédio de expansão anual desta modalidade de contrato foi quase quatrovezes maior do que o conjunto dos postos formais de trabalho. Os dadosfazem parte do estudo Terceirização e Diversificação nos Regimes deContratação de Mão-de-Obra, do economista Marcio Pochmann. Em2005, os terceirizados somavam 4,1 milhões de pessoas, quase 16% dototal dos trabalhadores do setor privado (26,4 milhões de pessoas). Dezanos antes, estes empregados eram 1,8 milhões, o equivalente a 9,2% dototal.A estimativa do economista é que a terceirizaçãorepresente uma economia de cerca de 7% nos gastos com folha depagamento e encargos sociais. Em 2005, esse percentual representaria R$26 bilhões. O estudo analisou a situação dos empregados com carteiraassinada no setor privado, com base nos dados do Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho. Deacordo com Pochmann, a terceirização é um “imperativo econômico” daatualidade para que as empresas tenham competitividade. “Do ponto devista da competição, as empresas tendem, de fato, a se concentrar nasatividades em que são mais competitivas”, afirmou o pesquisador ementrevista à Agência Brasil.A contratação terceirizadaé usada principalmente, segundo Pochmann, em atividades como a desegurança, limpeza, conservação e transporte. “A terceirização serviucomo uma possibilidade não apenas de redução de custos, mas também como objetivo de permitir que as empresas se concentrem naquelasatividades em que elas são mais produtivas, mais rentáveis”, explicou. Oestudo revelou, no entanto, que a modalidade de contratação indiretatem representado uma precarização do trabalho. Em média, osterceirizados ganham um terço a menos do que os demais assalariadosformais.