Cecília Jorge e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O pesquisador Marcio Pochmann, autor do estudo "Terceirização e Diversificação nos Regimes deContratação de Mão-de-Obra", destaca que existem experiênciaspositivas de uso da terceirização, em outros países. Na Alemanha e naItália, por exemplo, a legislação prevê que o salário do terceirizadonão pode ser menor do que o que era pago para o funcionário na mesmafunção.“No caso brasileiro, oque percebemos de forma diferente do que ocorre nos paísesdesenvolvidos é que a terceirização tem sido utilizada de uma maneiramais extensiva para redução do custo da mão-de-obra e nãonecessariamente para modernização da estrutura produtiva”, aponta.A estimativa é que a terceirizaçãorepresente uma economia para as empresas brasileiras de cerca de 7% nosgastos com folha de pagamento e encargos sociais. Em 2005, essepercentual representaria R$ 26 bilhões. Parao pesquisador, é preciso que o governo interfira nessa questão, comnova regulamentação. “É necessário regular melhor a terceirizaçãoporque no Brasil ela se mostrou um processo de redução do custo dotrabalho e precarização das próprias ocupações”, disse. “A experiênciainternacional demonstra que a terceirização pode ocorrer sem que issorepresente redução do salário dos trabalhadores envolvidos nessasatividades”, concluiu.