Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os bancos centrais do Brasil e da Argentina apresentarão, até o final do ano, um projeto piloto para eliminar o dólar em suas transações comercias. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esse novo modelo serviria de base para a utilização de moedas locais em todo o bloco econômico, o Mercosul, e seria o primeiro passo em direção a uma moeda única.Durante reunião entre os ministros da área econômica do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além do vice-ministro de Finanças da Venezuela, países membros do Mercosul, Mantega explicou que Brasil e Argentina começaram a desenvolver os estudos técnicos por se tratarem das maiores economias do bloco, com operações de comércio em torno de US$ 18 bilhões ao ano. Entre as conseqüências da eliminação do dólar, segundo o ministro, estaria o impacto na mudança da compensação de câmbio, reduzindo os custos nas transações. “Você está diminuindo a intermediação e seus custos: em vez de o cidadão brasileiro trocar Real por Dólar e Dólar por Peso ele vai direto. Isso resulta num fechamento a menos de câmbio e ainda facilita as operações de pequenas e médias empresas”.Os efeitos nas taxas cambiais também seriam positivos, acrescentou Mantega, ajudando o fortalecimento das moedas locais. “Elas teriam um curso comercial maior. Hoje, com o Real, não é possível fazer transações em outros países. São necessárias moedas fortes. E estaríamos desenvolvendo moedas fortes na América Latina. Entrando menos dólar, Peso e Real também não ficariam tão valorizados”, afirmou. A proposta de eliminação do dólar das transções comerciais deverá ser apresentada na próxima reunião de chefes de estado do bloco, prevista para o dia 15 de dezembro, no Brasil.