Brasil, Argentina e Paraguai vão combater a exploração infanto-juvenil nas fronteiras

01/09/2006 - 14h46

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil vai trocar experiências com a Argentina e o Paraguai no combate ao tráfico e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A decisão foi tomada no Seminário pelos Direitos de Crianças e Adolescentes contra o Tráfico e a Exploração na Tríplice Fronteira, que termina hoje (1º) em Porto Iguaçu, na Argentina.

Os três países vão assinar uma ata de trabalho conjunto que vai definir a realização de campanhas unificadas, a troca de experiências e a formação de um banco de dados comum.

A secretária substituta nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ana Lígia Gomes, representou o Brasil no evento. Segundo ela, o encontro é preparatório para que, no futuro, os três países assinem um acordo de cooperação junto com organismos internacionais de defesa da criança e do adolescente.

“Estamos com muita convicção nesse esforço conjunto. Dando certo nessa tríplice fronteira, a partir dela, vamos estender a outras fronteiras. O Brasil tem 30 pontos de fronteira com essa problemática, é um país que tem muita fronteira”, afirmou Ana Lígia.

Nesta semana, a 5ª Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul lançou uma campanha de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. A campanha começa no dia 20 de novembro nos países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e associados (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru). O trabalho será feito em português e espanhol e divulgado em comerciais de televisão, rádio, cartazes e panfletos educativos.

Em 2000, o governo brasileiro criou o Programa Sentinela para combater esse tipo de crime. De acordo com Gomes, o programa se transformou no Serviço Especializado de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, presente em 1.104 municípios.

O Sentinela é um conjunto de ações sociais realizadas por profissionais de diversas áreas, como psicólogos, advogados e assistentes sociais, que atendem as vítimas e as famílias vítimas de violências sexual. Mas o principal trabalho, segundo a secretária, é prevenir a violência.

“A partir de cada território daquele grupo de família, você faz um trabalho que eu chamaria de vigilância social, no qual você já cerca as possibilidades, as várias chances de vulnerabilidade onde isto poderá vir a acontecer”. De acordo com o MDS, o orçamento previsto para o Sentinela este ano é de R$ 49,9 milhões.