Raquel Mariano
Da Agência Brasil
Brasília - No Dia Internacional do Desaparecido, lembrado hoje (30), um dos coordenadores do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, João Paulo Chaleaux, destacou que a entidade trabalha no socorro aos feridos em campos de batalha, na liberação de prisioneiros de guerra e na busca de desaparecidos. “Embora essa seja uma atribuição de Estado, a Cruz Vermelha auxilia na atividade”, disse Chaleaux. Ele citou a atuação da entidade nas guerras ocorridas na antiga Iugoslávia, quando a Cruz Vermelha publicava periodicamente catálogos com fotos de pessoas não identificadas e de objetos, que pudessem facilitar na busca de parentes dos desaparecidos. Segundo Chaleaux, “uma coisa é lidar com a morte de um parente, outra é lidar com a incerteza do destino do seu parente”. Ele acrescentou que “uma situação muito difícil é não saber efetivamente do paradeiro de um parente ou amigo, não poder encontrar o corpo e seguir os rituais que servem pra aceitar a perda”.No Brasil, entidades como a organização não-governamental Tortura nunca mais têm a finalidade principal de auxiliar famílias na localização de parentes desaparecidos, além de denunciar ao governo e órgãos internacionais ameaças de defensores de direitos humanos. O órgão governamental responsável é a Comissão Especial Mortos e Desaparecidos Políticos, da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Criada em 1995, a comissão auxilia nas investigações de mortes, reconhecimento de corpos e ações contra o Estado brasileiro.