Senador Antero Paes de Barros se defende contra acusações de sócio da Planam

30/08/2006 - 19h14

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Briga política. Essa foi a explicação dada pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) à denúncia feita pelo sócio da Planam, Antônio Trevisan Vedoin, de que ele também estaria envolvido no esquema de compra superfaturada de ambulâncias, investigado pelo Ministério Público Federal, Justiça de Mato Grosso e CPI dos Sanguessugas. “A acusação é pífia, uma farsa, uma fraude. É coisa de processo eleitoral”, disse. Ele protocolou hoje (30) sua defesa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas.O senador explicou que a acusação feita por Vedoin é “uma fraude” porque o parlamentar pediu o cancelamento das emendas de bancada relativas à compra de quatro ambulâncias no orçamento de 2001. Segundo ele, o deputado Lino Rossi (PP-MT) pediu para ser o responsável pelas emendas designadas à compra de ambulâncias pela bancada do Mato Grosso, mas, um dia antes do fim do prazo para a apresentação da emenda, o senador pediu o cancelamento delas por meio de e-mail enviado ao coordenador da bancada do estado, deputado Ricarte de Freitas (PTB-MT). “Houve um cancelamento de emenda, isso está exaustivamente demonstrado. Na minha avaliação, houve um exagero, um aproveitamento de um momento político para que se fizesse isso. Os meus adversários estão com o palanque cheio de sanguessugas no Mato Grosso e quiseram me misturar a eles”, atacou. O senador disse que pediu o cancelamento das emendas para a compra de ambulâncias depois de conversar com o então secretário de saúde do estado. “Ele me disse: o problema da saúde não é ambulância, é levar a saúde até você. Coloque aí um posto de saúde, um hospital. Aí eu desisti”, disse.Antero Paes de Barros afirmou que seu nome foi citado no depoimento de Vedoin dado à justiça federal porque o empresário estaria sendo patrocinado por adversários políticos do senador no estado. Ele afirmou que seu nome foi citado depois de ter pedido a prisão de Vedoin. “Eu já pedi a prisão do Vedoin porque não é possível esse cidadão ficar solto negociando depoimentos. Ele está comercializando depoimentos para pagar dívida, para pagar advogados. Querer me misturar com sanguessugas é querer absolver os sanguessugas. Sou um caçador de sanguessugas, não tem a menor possibilidade de me envolver com eles”, defendeu-se.O senador recebeu o apoio do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), e do presidente do partido, Tasso Jereissati (CE). “Não podemos cair no erro gravíssimo de misturar inocentes e acusadores com culpados e acusados. Querer jogar lama naqueles que estão acusando e os inocentes e colocar tudo na mesma cesta não é aceitável”, disse Jereissati.