Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical,as duas maiores organizações dos trabalhadores do país, protestaram hoje (30)contra as demissões na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABCpaulista. A empresa iniciou ontem um total de 1.800 demissões, enviando avisospelo Correio, sem aguardar o resultado de assembléia na qual os trabalhadoresdecidiriam se aceitavam ou não negociar essas demissões. Os funcionários quereceberam as cartas deverão ser desligados em 21 de novembro, quando termina operíodo de estabilidade no emprego negociada em acordo coletivo.Na semana passada, dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reuniram-sediariamente para negociar com representantes da empresa, sem chegar a um acordoquanto à decisão anunciada de demitir 3.600 funcionários e renegociar cláusulasde horas extras e benefícios.Em entrevista à Agência Brasil, o presidente nacional da CUT, ArturHenrique da Silva Santos, disse que a central se solidariza com os empregadosda Volkswagwm. “Entendemos que é uma luta não só dos metalúrgicos, mas de todosos trabalhadores, que devem se engajar em atos de solidariedade contra essasituação e essa posição irresponsável, do nosso ponto de vista, da Volkswagen”,afirmou.Em comunicado divulgado em seu portal na internet, a regional paulista da CUTrepudia “veementemente a postura truculenta e autoritária” da empresa, eafirma que os totais de vendas internas de automóveis este ano e o crescimento doslucros da empresa não justificariam o programa de demissões.A Força Sindical também protestou. A central reúne trabalhadores do setorautomobilístico, filiados do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi dasCruzes e região. “A Força Sindical repudia a decisão da Volkswagen”, diz ocomunicado da central à imprensa. A central considera a posição da empresa“inaceitável” e diz que “a montadora agiu com truculência”. A Força Sindical encerra a nota defendendo que “é precisobuscar soluções. E isto só é possível através de negociações”.Ontem (29), após assembléia geral, os trabalhadores da fábrica de São Bernardo iniciaram greve por tempo indeterminado por conta das demissões.