Aumento da participação da mulher no mercado de trabalho ainda não acabou com diferenças, mostra estudo

30/08/2006 - 11h47

Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A participação das mulheres no mercado formal de trabalho aumentousubstancialmente na última década, com ampliação crescente por nível deescolaridade, particularmente no saldo de vagas geradas no período paratrabalhadores com nível superior.Apesar dos avanços, persistem as diferenças importantes de remuneração e deacesso limitado aos cargos de chefia e de gerência. Em conseqüência, asmulheres continuam recebendo menos do que os homens - mesmo quando ocupamcargos semelhantes.Estas são algumas das principais conclusões do estudo “Visão doDesenvolvimento”, publicação semanal da Secretaria de Assuntos Econômicos doBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).Coordenado pelo economista Antônio Marcos Ambrozio, da Secretaria deAssuntos Econômicos da instituição, e divulgado no final da semana passada, oestudo constata melhorias nas condições de acesso e salário da mulher nomercado de trabalho, mas conclui que ainda falta muito para que homens emulheres tenham a mesma remuneração.“As disparidades salariais entre homens e mulheres reduziu-se de forma muitotímida ao longo de um período de 10 anos. A persistir essa tendência, seriamnecessários mais 75 anos para eliminar completamente a desigualdade salarialpor sexo”, sustenta Ambrozio.O estudo leva em consideração os indicadores da evoluçãodo emprego e da renda nos últimos dez anos, a partir de dados do Cadastro Geralde Empregados e Desempregados (Caged) e pela Relação Anual de InformaçõesSociais (Rais) - uma base estatística do mercado de trabalho formal, mas queengloba, além dos trabalhadores celetistas já captados pelo Caged, também osestatutários, temporários e avulsos.