Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Governo Federal deverá intensificar as investigações em contas bancárias abertas por criminosos no estado de São Paulo. Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Abreu Filho, a decisão foi tomada na reunião inaugural do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) de Segurança Pública de São Paulo, realizada ontem (18), com a presença de autoridades do governo federal, das Forças Armadas e do governo paulista.“Essa reivindicação é antiga. Eu não tenho como monitorar a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira], não tenho estruturas de investigação nesse sentido”, disse o secretário. De acordo com Saulo, na próxima quinta-feira (24), na segunda reunião do GGI de São Paulo, representantes do governo federal e do governo paulista vão se encontrar para tomar medidas práticas em relação à lavagem de dinheiro do crime organizado.“Nós vamos trazer nome, RG [registro de identidade], endereço e as autoridades federais tratam de bloquear [a movimentação financeiras das contas suspeitas], afirmou. O secretário afirma que o crime organizado tem centenas de contas bancárias abertas no estado. “A ação de atacar as finanças dos criminosos é efetiva. Enquanto houver dinheiro, vão conseguir cooptar, trazer jovens”, disse.Na próxima reunião do GGI devem participar integrantes do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda; do Ministério da Justiça e da Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro (Encla), que representa cerca de 50 órgãos do governo federal, além de membros do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública paulista, da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo e da Polícia Federal.O GGI é um instrumento que possibilita ao governo estadual e ao governo federal um trabalho conjunto, em caráter oficial, no combate à criminalidade no estado. De acordo com o Ministério da Justiça, o gabinete poderá, por exemplo, planejar ações policiais conjuntas entre as forças federais e estaduais e também compartilhar informações de inteligência sobre os criminosos.