Michel medeiros
Da Voz do Brasil
Brasília - Manchas pelo corpo, desânimo, esquecimento, agressividade e dificuldade de aprendizagem são alguns dos sintomas apresentados por crianças e adolescentes vítimas de violência. Para auxiliar no combate a esse tipo de abuso, o Ministério da Educação e a Universidade Federal de Santa Catarina estão capacitando 6.400 profissionais da educação e 900 conselheiros tutelares de 20 estados e do Distrito Federal, por meio do Projeto Escola que Protege.O curso, que foi dividido em duas fases, uma a distância e uma presencial, ensina os professores a reconhecer os alunos que têm seus direitos violados.Na primeira fase do curso, que começou em junho e termina neste mês, as aulas foram a distância, por meio da internet e de quatro teleconferências. Nelas, os professores receberam orientação para reconhecer os casos de maus tratos contra estudantes, e quais medidas devem ser tomadas, quando for constatado o abuso.No Brasil, os casos de violação dos direitos da criança e do adolescente ainda são muito freqüentes, principalmente nos estados das regiões Norte e Nordeste.Segundo a coordenadora técnica do projeto no Ministério da Educação, Vera Regina Rodrigues, ainda é necessário divulgar o Estatuto da Criança e do Adolescente nas salas de aula para que os alunos não tenham seus direitos violados. “No Brasil inteiro, ainda temos muitas crianças e adolescentes com seus direitos violados, seja o direito à vida, o direito à alimentação, o direito de viver em comunidade. Ainda é preciso ter o Estatuto da Criança e do Adolescente para reforçar esses direitos, e é necessário que ele seja trabalhado nas escolas e com os professores”, afirmou Vera.O diretor da Escola de Ensino Fundamental 406, de Santa Maria, no Distrito Federal, Eduardo Rodrigues, participa do projeto e considera importante o trabalho de conscientização sobre os direitos da criança e do adolescente. “O ponto principal do projeto está no Estatuto da Criança e do Adolescente, que vem para direcionar e para ajudar a combater a violência”, concluiu o diretor. Na quarta e última teleconferência, realizada ontem (16), os mais de 7 mil profissionais que participam da primeira fase do projeto aprenderam a reconhecer os sintomas, causas e conseqüências dos abusos e de que forma a criança pode ser prejudicada por causa dessa violação. A próxima etapa do curso será realizada em 17 universidades federais e quatro estaduais, com aulas presenciais. Os cursos têm carga horária mínima de 20 horas.