Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de janeiro - Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontamque cerca de 24 mil novos casos de câncer colo-retal devem surgir no Brasil em2006. A doença é o quarto tipo de câncer que mais mata no país e o terceiro emnúmero de pessoas atingidas, sendo superado apenas pelo câncer de mama e pelocâncer de colo de útero. Para discutir o assunto, especialistas brasileiros eestrangeiros se reúnem até sábado (19) no Rio, no 5º Congresso daSociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. O tema principal em discussão é otratamento e a cirurgia do câncer colo-retal, que inclui os tumores que afetamo cólon (intestino grosso) e o reto (parte final do intestino).Segundo o diretor do Inca, Luiz Santini, são dois os maioresdesafios no combate à doença: diminuir o número de casos e conseguir fazer odiagnóstico precoce para que haja maiores chances de cura. “O câncer colo-retal é curável se for detectadoprecocemente, mas infelizmente a maioria dos casos são detectados numa fasemuito avançada na doença”, disse Santini. O câncer colo-retal atinge igualmente homens e mulheres epode ser curado se for tratado antes de se alastrar para outros órgãos. A maiorincidência de casos é na faixa etária entre os 50 e 70 anos, mas a doençatambém pode se desenvolver a partir dos 40, explicou o médico.O diretor do INCA ressaltou que as pessoas que apresentaremsintomas como sangramento nas fezes, emagrecimento, diarréia, fraqueza esensação de vontade de evacuar, devem buscar o serviço de saúde. “Os examesclínicos para qualquer paciente nas fases iniciais do problema estãodisponíveis em toda a rede publica, e qualquer médico está em condições dereconhecer o conjunto de sintomas que identifica e encaminhar o paciente paraos exames especializados”.Basicamente, o tratamento é feito por meio de cirurgia, masexistem práticas complementares com a radioterapia e a quimioterapia, que sãousadas de acordo com o estágio da doença. O Inca é uma unidade de referência nacional no tratamento docâncer, mas o tratamento para este tipo de câncer é oferecido em todos estadosnos Centros de Alta Complexidade Oncológica, vinculados ao Sistema Único deSaúde (SUS).Santini salientou a necessidade de cuidados com aalimentação para evitar o câncer de intestino e reduzir o número de casos. “Umamudança de hábitos alimentares, com as pessoas comendo mais frutas, mais fibras.A presença desse câncer está associada a um tipo de alimentação pouco saudável,gordurosa, que temos na sociedade”, explicou.