Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Iniciativas que promovam a capoeira como instrumento de cidadania e inclusão social vão receber financiamentos de R$ 930 mil por meio do projeto Capoeira Viva, lançado hoje (15) pelo Ministério da Cultura (MinC). O projeto vai apoiar oficinas, pesquisas, documentários, acervos culturais e outras ações sócio-educativas voltadas para a promoção da atividade. O objetivo, segundo o secretário executivo do ministério, Juca Ferreira, é reconhecer oficialmente a capoeira como uma arte genuinamente brasileira. “A capoeira é uma das principais manifestações culturais do país e até hoje não recebeu o devido reconhecimento do Estado brasileiro”, disse. “Ela sempre foi tratada com preconceito porque é proveniente dos escravos, dos negros libertos e dos afrodescendentes, por isso esse movimento é importante”.O Capoeira Viva, patrocinado pela Petrobras, vai promover três seminários nacionais sobre arte e criação de um site sobre o tema. Também vai escolher 50 mestres que, por sua participação na preservação da capoeira, receberão bolsas no valor de R$ 900 por seis meses. Em troca, os escolhidos vão dar depoimentos em oficinas e palestras e contribuir com suas experiências para estudos e publicações sobre a atividade.De acordo com o mestre Camisa, fundador da Associação Brasileira de Apoio e desenvolvimento da Arte Capoeira (Abadá-Capoeira), a iniciativa é fundamental para despertar o orgulho no povo brasileiro da sua cultura.“O mais importante desse projeto é a proposta social de enxergar a capoeira como uma ferramenta para o povo abrasileirar sua cultura. O Brasil primeiro precisa se conhecer e valorizar sua cultura para depois entender os elementos de outras culturas que chegam aqui através do cinema e da televisão, por exemplo”, afirmou. Segundo ele, a capoeira é praticada hoje por cerca de 40 mil pessoas em mais de 100 países.As inscrições para concorrer ao financiamento devem ser feitas de hoje até 30 de setembro, pelo site: www.capoeiraviva.org.br