Petrobras utilizará plataformas flutuantes para reduzir efeitos de furacões no Golfo do México

15/08/2006 - 20h56

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras decidiu utilizar no Golfo do México a tecnologia de exploração e produção de petróleo a partir das plataformas semi-submersíveis do tipo FPSO (que armazenam, estocam e processam petróleo e partir de cascos de navios adaptados) para minimizar os riscos de a produção ser afetada pela ocorrência de furacões, comuns na região.A decisão foi confirmada nesta terça-feira (15), em nota onde a estatal brasileira comunica a ampliação da participação nas atividades de exploração e produção nos campos de Cascade e Chinooko.Adaptadas, as plataformas flutuantes permitirão que em dois a três dias sejam desconectados os dutos de produção da unidade de processamento, diante da ameaça de chegada de um furacão. "Os navios seriam então deslocados para áreas mais seguras e a produção seria retomada dez a 15 dias após a passagem do furacão", informou o presidente da Petrobras América, Renato Tadeu Bertani, durante a OTC (Conferência de Tecnologia Offshore) realizada em maio. Na ocasião, a Petrobras já estudava métodos de adaptação das plataformas ao processo produtivo no Golfo do México e, paralelamente, discutia o assunto com o governo e a Guarda-Costeira dos Estados Unidos. E Bertani lembrava os estragos causados pela passagem do furacão Katrina na região, em meados do ano passado, ainda sem reparos: “As perdas para a economia norte-americana foram imensuráveis". Segundo o executivo, o Katrina havia afetado 645 plataformas de produção e 90 sondas, levando à interrupção dos trabalhos e à conseqüente redução de 1,5 milhão de barris/dia na extração de óleo e de até 8,7 milhões de metros cúbicos de gás natural.