Presidente alerta que embargo de duas hidrelétricas pode custar R$ 190 milhões ao governo

15/08/2006 - 21h00

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou hoje (15) que dois empreendimentos hidrelétricos embargados na Justiça podem significar para o país um custo extra de R$ 190 milhões, se tiverem que ser substituídos por geradoras termelétricas. A declaração foi feita na solenidade realizada no Palácio do Planalto, de assinatura dos contratos de concessão de sete novas hidrelétricas. Lula disse ao ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que “é preciso realizar um trabalho mais profundo na área energética, embora já se possa dar como encerrada a indústria do apagão”.“É preciso convencer os segmentos envolvidos na questão para a importância das hidrelétricas, no barateamento do custo da energia para o consumidor, no desenvolvimento industrial e no estímulo a novos investimentos. A energia é a base da industrialização de um país”, destacou Lula.“Se não tivermos para vender componentes da nossa matriz energética, como gás, produtos da biomassa, do sistema hidrelétrico, não teremos mais investimentos”, afirmou. De acordo com o presidente, um dos grandes desafios do momento no setor é “desembaraçar o mega-projeto da hidrelétrica do Rio Madeira e a usina de Belo Monte, no Rio Xingu, que vêm se arrastando anos e anos e que precisam de uma solução definitiva. Precisamos saber se vamos fazer ou não, para encontrar outra solução”, afirmou.O ministro Silas Rondeau afirmou que a extinção “de forma melancólica, no último dia 30 de junho, da Companhia Brasileira de Energia Emergencial (CBEE), mostra que o país afastou o fantasma do apagão”. A empresa tinha sido constituída na época do apagão para reforçar o suprimento de energia, através da compra de cargas adicionais no mercado de energia elétrica. Segundo Rondeau, em outubro próximo haverá leilão para compra de mais energia nova, “esperando-se que resulte em preço baixo também, como aconteceu na primeira licitação realizada no começo do ano, em que o megawatt/hora saiu por R$ 67,00”, um preço considerado baixo no mercado de energia. Em setembro, conforme informou, haverá também leilão para a construção de novas linhas de transmissão.O ministro disse que “em 2003, 28 usinas hidrelétricas estavam paralisadas ou não iniciadas, e hoje estamos operando com 11 delas e quatro outras estão em construção”. Atualmente, disse o ministro, o país já tem 100% da energia elétrica de que precisa para até 2010, quando começam a ser gerados 804,7 MW com a entrada em operação das sete usinas que hoje assinaram os contratos de concessão. O investimento total desses empreendimentos é de R$ 3,2 bilhões.As sete novas concessões são os seguintes: Consórcio Baguari – Usina de Baguari, com potencial de 140 MW e investimentos de 487 milhões; Furnas Centrais Elétricas - Usina de Batalha, 52,5 MW, investimento de R$ 321 milhões; Foz do Rio Claro Energia - Usina de Rio Claro, 68,4 MW, investimento de R$ 281 milhões; Eletrosul Centrais Elétricas – Usina Passo São João, 77 MW, investimento de R$ 287 milhões; Ijuí Energia - Usina de São José, com 51 MW e investimento de R$ 209 milhões; Orteng Equipamentos e Sistemas - Usina Retiro Baixo, 82 MW e investimento de R$ 262 milhões; Furnas Centrais Elétricas - Usina Simplício, 333,7 MW e investimento de R$ 1,4 bilhão.