Bacia do Rio São Francisco terá plano de fiscalização

15/08/2006 - 19h47

Raquel Mariano
da Agência Brasil
Brasília - Uma ação conjunta para fiscalizar a bacia do rio São Francisco firmada com 45 instituições ligadas ao meio ambiente vão se transformar em um plano nacional. As propostas, colhidas desde o início do ano nos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e no Distrito Federal, devem estar concretizadas a partir do setembro. A estimativa é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Além da pesca predatória, os desmatamentos feitos pela indústria siderúrgica e de gesso são as principais ameaças ambientais na região. Juntos, os dois setores são responsáveis pela devastação de 60 mil hectares por ano de vegetação nativa nos estados que fazem parte da bacia, segundo o Ibama. A falta de saneamento é outra ameaça ao rio, que abastece mais de 14 milhões de brasileiros em 505 municípios.O coordenador nacional do Programa de Revitalização do São Francisco do Ministério do Meio Ambiente, Maurício Laxe, aponta o trabalho escravo e infantil nas áreas de carvoaria como outro problema a ser combatido. “Para acabar com o trabalho escravo, é necessário intensificar a fiscalização junto com o Ibama, a Polícia Federal e os órgãos estaduais, além de buscar o desenvolvimento sustentável para todo o rio São Francisco”, afirma Laxe. As sugestões foram discutidas durante o Seminário Nacional de Fiscalização ambiental Integrada da Bacia Hidrográfica do São Francisco, realizado nesta ontem (14) e hoje (15). O plano faz parte do programa de revitalização do São Francisco, do Ministério do Meio Ambiente. Até o final de 2006, os investimentos devem ultrapassar R$ 4 milhões, investidos no treinamento de agentes ambientais e fiscais na área.