Juliana Cézar Nunes
Enviada especial
Beirute ((Líbano)) - Nesta terça-feira (15), um dia depois do cessar-fogo entre Israel e o grupo libanês Hizbollah, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, visita Beirute. A viagem estava progamada há uma semana. Na capital do Líbano, Amorim fará a entrega de ajuda humanitária e levará uma mensagem de solidariedade ao presidente libanês. O embaixador extraordinário para assuntos de Oriente Médyo, Affonso Ouro-Preto, acredita que a contribuição brasileira não deve ir muito além dessas iniciativas. “Não possuímos meios de influir diretamente na situação do Líbano. O Brasil não faz parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Só pode expressar preocupação e esperar que os resultados do cessar-fogo sejam alcançados o mais rápido possível”, afirma o diplomata.Apesar das limitações no apoio diplomático, elelembra da importância do Líbano para o Brasil. O país tem cerca de 9milhões de pessoas de origem libanesa, quase o dobro da população doLíbano. “No Congresso brasileiro, muitos dos parlamentares têm origemlibanesa. Brasil e Líbano são países com um relação muito especial eprofunda”, acrescenta.Ouro-Preto conta que o Itamaraty trabalha hoje com outras duas preocupações no Oriente Médio: a Faixa de Gaza e o Iraque. O diplomata continua em busca de uma pista sobre o brasileiro seqüestrado em Bagdá há um ano e meio. “Infelizmente, não temos informações. Não se pode dizer se ele está vivo ou morto”, lamenta. “A verdade é que o Oriente Médio é uma região quente. Ainda é onde a maior parte das crises se desenvolve. Os acordos aqui nem sempre são cumpridos. E o Brasil não pode ficar alheio a isso. Conflitos que afetam a paz não afetam uma região só.”