Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um abaixo assinado com cerca de 2 mil assinaturas foi produzido hoje (12) durante um dia inteiro de atos festivos, religiosos e políticos em favor da aceleração do processo de desapropriação de uma área rural de 1,2 milhão de metros quadrados na divisa de SãoPaulo com os municípios de Cajamar e Santana do Parnaíba, a oeste doEstado. Quarenta famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam há quatro anos o local que, conforme um dos coordenadores do movimento, Nazeen Manikkompel, ainda depende de “procedimentos burocráticos para oficializar a desapropriação”. O documento, segundo Nazeen, será encaminhado ao Incra e àSecretaria Estadual da Justiça.A área pertence à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e foi batizada pelo MST de Comunidade Irmã Alberta, em homenagem à religiosa que se dedica a ajudar as famílias assentadas no local. De acordo com Nazeen, esse é o primeiro assentamento de Reforma Agrária que ocorre dentro do município de São Paulo. Ele avalia que, estando próximo a área urbana, as famílias terão mais facilidade para escoar os produtos. Chamada de Comuna da Terra Irmã Alberta, a área foi divida em quatro núcleos e em cada um ficarão dez famílias. Em um espaço de 5 mil metros quadrados, elas poderão desenvolver atividades para o sustento próprio. Em outra área de 10 mil metros quadrados, o MST pretende organizar uma produção coletiva com foco em itens orgânicos sem uso de agrotóxicos e com respeito à ecologia.Nazeen informou que o restante do terreno será destinado a reflorestamento e preservação ambiental. Para comemorar a inauguração do Comuna da Terra Irmã Alberta, o MST promoveu desde cedo uma série de eventos como uma feira dos produtos fornecidos por vários acampamentos como hortifrutigranjeiros, ato ecumênico do qual participaram Dom Tomás Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra de Goiás, Dom Simão, da Arquidiocese de São Paulo e Dom José Maria, de Bragança Paulista.