Tecnologia de legenda oculta ainda é pouco usada em emissoras de televisão, aponta empresário

09/08/2006 - 22h08

Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - Falta visão de mercado às emissoras de televisão, diante do grande número de usuários portadores de deficiência, afirmou hoje (9) Wagner Médici, diretor da empresa Steneo do Brasil, que detém no país a tecnologia da legenda oculta. Após reunião com representantes do Ministério das Comunicações, da Secretaria Especial de Direitos Humanos e da sociedade civil, em que a necessidade de uma comunicação acessível aos deficientes auditivos e visuais foi debatida, Médici contou que a tecnologia chamada de closed caption já existe no país desde 1997, mas não é utilizada em todos os programas. “A televisão tem uma grande penetração na sociedade. A partir do momento em que se coloca a legenda oculta, ela conquista telespectadores que antes não tinha”, defendeu.Carolina Sanchez, da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), destacou que “as pessoas com deficiência também precisam ter acesso à informação”. E disse que a reunião também esclareceu pontos da portaria 310/06, do Ministério das Comunicações. Publicada no Diário Oficial da União em junho, a norma determina que em até dois anos seja implantado na programação televisiva o uso de legendas ocultas, da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da audiodescrição (narração em cenas sem música ou áudio, para deficientes visuais). A portaria prevê que inicialmente as emissoras reservem duas horas em diferentes faixas de horário para o uso desses recursos.Cerca de 6 milhões de pessoas no Brasil têm algum tipo de dificuldade para ouvir, o que incluí surdos-mudos, deficientes auditivos e pessoas idosas. Com relação a dificuldades para enxergar, o número cai para 2,4 milhões, de acordo com o último censo demográfico (2000) realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).