Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A força política dos prefeitos sobressai nas épocas de campanha eleitoral, considera o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Nesse período, são alvo de candidatos em busca de apoio local. "Todos os candidatos estão procurando os prefeitos, todos acham que os prefeitos têm que ajudar, mas é só para trabalhar para a eleição".Ziulkoski quer aproveitar esse momento político para apresentar as reivindicações dos prefeitos. Pensando nisso, a Confederação já possui um caderno de proposta que pretende distribuir a todos os candidatos. Segundo ele, a distribuição de recursos entre União, estados e municípios é o tema principal.De acordo com ele, a falta de definição nas competências acarreta problemas na saúde, na educação e na segurança, por exemplo. "Quem distribui a merenda escolar é a prefeitura. A União repassa R$ 0,22 por criança, por dia, por refeição. Não dá para comprar um pãozinho francês e um copo d'água. A quem compete e onde está o recurso?", questionou. Ziulkoski também critica a verba repassada para compra de remédios. Segundo ele, as prefeituras recebem apenas R$ 1,30 por ano para cada habitante.Ziulkoski questiona também o número de programas criados pelo governo federal. "Nos últimos anos, foram constituídos 349 programas para os municípios. Isso obriga o prefeito a vir a Brasília 'de pires na mão' atrás de recurso, quando este deveria ir independente de partido político. Programa da merenda escolar, de Saúde da Família, de agricultura familiar, é só programa. Não tem atualização, recomposição. Os orçamentos são desconexos", criticou.A Confederação possui 3.000 prefeituras conveniadas e, segundo a instituição, representa principalmente municípios de pequeno e médio porte.