Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O consulado-geral do Brasil em Beirute, capital do Líbano, está sem luz desde a noite de ontem (20), quando a cidade foi atingida por fortes bombardeios. A informação foi dada pelo embaixador Everton Vieira, coordenador do grupo de trabalho para ajuda de brasileiros naquele país.De acordo com Vieira, os ministros e cônsules brasileiros abandonaram o local e agora trabalham na residência do cônsul-geral, onde há um gerador que possibilita a continuidade de atendimento aos brasileiros que desejam sair do Líbano, além do uso de telefones e da internet.O embaixador informou que os ataques destruíram uma ponte em Baabda, bairro onde estão localizados os escritórios da representação brasileira, mas o consulado não foi atingido. “A ponte não impede a comunicação com os escritórios, mas torna o caminho mais longo”, explicou.Um outro bombardeio também teria atingido uma área próxima à residência do cônsul-geral adjunto. “Felizmente, ele nada sofreu, mas na varanda do apartamento dele ficaram estilhaços do bombardeio”, contou Vieira, para quem essa a situação revela as dificuldades que o Ministério das Relações Exteriores enfrenta para realizar a operação de resgate de brasileiros. Indagado sobre a operação de resgate adotada pelo Brasil e sobre a segurança dos comboios, o embaixador respondeu que “a estratégia foi definida pelo fato de que a via terrestre era a que estava à disposição” e porque as primeiras retiradas foram bem-sucedidas.“Todos os envolvidos nessa operação estão dando o melhor de si. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e a Força Aérea Brasileira trabalham com o máximo de empenho, no sentido de acelerar as viagens dos aviões", disse. O embaixador informou ainda que os brasileiros foram retirados do Líbano antes dos norte-americanos – os primeiros só teriam desembarcado ontem (20) em Washington (EUA). O diretor do Departamento das Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Manoel Gomes Pereira, disse que “o método brasileiro de trabalho nessa operação de evacuação não difere substancialmente do método de outros países”.Gomes Pereira informou ainda que o Ministério das Relações Exteriores está enviando recursos adicionais – de US$ 5 a US$ 10 mil – para as representações em Beirute (Líbano), Damasco (Síria) e Ancara (Turquia), a fim de “apoiar eventuais necessidades dos brasileiros”.