Polícia Federal prende seis delegados federais na Operação Cerol

21/07/2006 - 17h45

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Polícia Federal (PF) prendeu hoje (21), na Operação Cerol, seis delegados federais, entre os quais dois ex-superintendentes regionais do Rio de Janeiro. A PF acredita que servidores de pelo menos cinco setores da polícia, além da própria chefia da superintendência (da Polícia Federal), estariam envolvidos em um esquema de corrupção de agentes federais em crimes fazendários e previdenciários.Segundo o superintendente-regional do Rio de Janeiro, delegado Delci Carlos Teixeira, servidores da Polícia Federal atrasariam, arquivariam e cometeriam erros de forma proposital em investigações sobre crimes fazendários e previdenciários cometidos por determinadas empresas. Em troca, os servidores receberiam propina e favores de advogados e dos empresários alvos dos inquéritos. Além da investigação contra oito policiais que estão com prisão temporária por cinco dias decretada, será aberto um processo administrativo contra esses servidores. “O próximo passo será a nomeação de três servidores antigos para que eles possam instaurar esse processo administrativo disciplinar para fazer uma apuração desses fatos e, dentro desse procedimento, deverão pedir o afastamento desses servidores. Até então eles só podem ser afastados se houver uma determinação expressa da Justiça”, disse Teixeira.Além das delegacias contra Crimes Financeiros (Delefin), contra Crimes Fazendários (Delefaz), contra Crimes Previdenciários (Deleprev) e do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Deain), a suspeita é de que as irregularidades atinjam também o Núcleo de Cartas Precatórias da Corregedoria do Rio de Janeiro.Além dos seis delegados, foram presos um agente e um escrivão federais, um fiscal da Previdência Social, quatro empresários e quatro advogados. Também foram cumpridos mais de 40 mandados de busca e apreensão, sendo um deles na casa do ex-delegado-executivo regional Roberto Prel, que não teve prisão temporária pedida. A operação contou com 240 agentes de quatro estados e foi coordenada pelo setor de Contra-Inteligência da Polícia Federal.