Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mais de mil famílias de baixa renda do Morro do Pau Branco, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, poderão ter uma vida mais digna em breve. As autoridades prevêem começar dentro de um mês um trabalho de reestruturação que inclui: construção de 800 casas, reforma de outras 295, criação de redes de esgoto sanitário e abastecimento de água, pavimentação de ruas, drenagem pluvial, recuperação ambiental e instalação de equipamentos comunitários. No local, um dos mais precárias do município, 90% da população mora em palafitas.As obras serão realizadas com recursos de R$ 10 milhões do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, por meio de contrato assinado com o Ministério das Cidades, e contrapartida municipal de R$ 2 milhões. A verba da prefeitura será aplicada primeiro e a do governo federal, somente após a eleição. Ao vistoriar hoje (21) o local, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, disse que o primeiro passo é identificar as habitações em áreas de risco e, partir daí, “fazer remoções que forem necessárias, melhorar as casas que puderem ser aproveitadas, construir novas casas e urbanizar a região”.A moradora Guaraciara da Silva, de 28 anos, casada, mãe de quatro filhos, conta que o local sempre foi abandonado, sem água e esgoto, causando muitas doenças. “Aqui as crianças ficam na rua. Quando chove, é aquela lamaceira. É doença de rato, é coceira que as crianças estão pegando. Leva no médico e ele diz que é sarna. É muita coisa”.Fortes explicou que o projeto apresentado pela prefeitura de São João de Meriti foi aprovado no mês de abril. Segundo ele, o Estado do Rio de Janeiro já recebeu perto de R$ 63 milhões do fundo nacional, recursos destinados a regiões de favelas e palafitas em vários municípios da Baixada, da Baía da Guanabara e do interior.O ministro também visitou o Parque Juriti, ao lado da Linha Vermelha, e o projeto integrado Parque Analândia, onde será realizado empreendimento pelo programa Habitar Brasil BID (HBB). O investimento será de R$ 7,7 milhões, sendo R$ 1,1 milhão de contrapartida da prefeitura, beneficiando 617 famílias.