Lula diz que Mercosul tem de resolver as questões de energia para todos os países envolvidos

20/07/2006 - 22h57

Alessandra Bastos
Enviada especial
Córdoba (Argentina) - “Temos que encontrar uma solução que possa resolver o problema de todos os países [envolvidos]”. Assim o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resumiu o desafio da discussão sobre energia, que ele defendeu que precisa estar na pauta, amanhã (21), na 30ª Reunião da Cúpula dos Presidentes do Mercosul.“Vamos ter que discutir com muita serenidade a questão energética. Temos um problema que envolve Brasil, Argentina, Venezuela, Chile, Uruguai, Paraguai e a Bolívia, que não e do Mercosul”. Ele comentou que “a reunião de amanhã é uma boa oportunidade para encontrar a solução, que não é de curto prazo”.Lula mais uma vez afirmou que a postura do Brasil será de ajudar os vizinhos. “Estamos dando ajuda no que e possível. Estamos fornecendo energia ao Uruguai. O que precisamos é dar uma tranqüilidade aos países que têm deficiência em energia para que todos possam viver tranqüilos.”Para o presidente, Brasil e Argentina estão para o Mercosul como França e Alemanha estão para a União Européia: “Precisamos ser exemplos e isso pressupõe políticas mais generosas com os países de economia mais fraca, menos desenvolvidos”.Lula não adiantou que políticas podem amenizar a situação energética. Disse apenas que, na reunião de amanhã, os presidentes assinarão os acordos com Cuba e Paquistão, aprovados hoje durante a reunião do Conselho do Mercado Comum, que antecedeu o encontro dos presidentes. “Brevemente teremos um acordo com a Índia, eu sonho que a gente tenha logo um acordo com a União Européia”, acrescentou o presidente. “O Mercosul é que nem coração de mãe, cabe sempre mais um. Se as pessoas quiserem participar, somos um bloco aberto que tem regulamentos que as pessoas têm que cumprir”.Sobre as divergências bilaterais, afirmou que, “quando se trata de um bloco que compõe interesses políticos, econômicos e culturais e é tratado de Estado para Estado, a gente não discute se é de direita ou de esquerda, a gente tem que discutir política de Estado, e na política de Estado a questão ideológica não é a principal”.Lula terminou a entrevista coletiva dizendo que o bloco “e uma relação que você tem que ter com quem você gosta e com quem você não gosta, com quem é de direita e com quem é de esquerda. Tem que tratar bem os Estados Unidos, a China, a Argentina e a Venezuela. Não é política pessoal”. E concluiu: “Eu estou otimista”.