Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (21), em Córdoba, na30ª Reunião de Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, que o desafio do blocoé reinventar-se para superar as diferenças entres os países membros. "Temos de desenhar mecanismos que equacionem emdefinitivo as assimetrias, inclusive com o aporte de novos recursos. Precisamosencarar as questões relativas ao fortalecimento institucional e àimplementação, em cada um de nossos países, das decisões e acordos que tomamosno bloco", afirmou Lula.Apesar dos impasses – como os reclamos de Uruguai e Paraguaide Brasil e Argentina levam vantagem nos acordos -, Lula disse não compartilharda percepção de que o bloco está em crise. "Em 1998, quando se falava no fim do Mercosul, euinsistia que não era o bloco que estava em crise, mas que eram nossos paísesque estavam em crise. Hoje, vejo que muitas das questões que são apontadas comosinais de um esfacelamento do Mercosul são frutos de problemas legados porum passado que queremos definitivamente superar. Rejeito críticas a umapretensa bilateralização no âmbito do bloco. Estou convencido de que a soluçãodesses problemas dependerá de um diálogo reforçado em todo os níveis",reforçou.Ainda de acordo com o presidente, existem setores contráriosao bloco que "defendem estratégias individuais", e que muitasvezes a omissão dos chefes de Estados acaba por fortalecê-los. "Devemos reforçar o diálogo com esses grupos e,sobretudo, demonstrar às nossas populações, na prática, a validade de nossoprojeto de integração. Temos responsabilidades governamentais e a obrigação deencontrar soluções para as inquietações e desafios que são parte de qualquerprocesso de integração profunda como o nosso".