Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio - Informações sobre a investigação contra oito policiaisfederais envolvidos em um esquema de corrupção no Rio de Janeiro vazaram paraos suspeitos antes mesmo do desencadeamento da operação. Segundo osuperintendente regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Delci CarlosTeixeira, uma lista com os telefones grampeados chegou às mãos do advogadoTarcísio de Figueiredo Pelúcio, um dos suspeitos.A Operação Cerol, desencadeada hoje (21), partiu de umainvestigação de um ano e dois meses contra seis delegados e dois agentesfederais, um fiscal da Previdência, quatro empresários e quatro advogados, queestariam, de forma proposital, prejudicando investigações sobre crimesfazendários e previdenciários cometidos por algumas empresas.Hoje, durante a operação, os agentes encontraram ummemorando da Delegacia de Crimes Financeiros com a lista dos telefones queestavam sendo grampeados pela Polícia. “Foi um vazamento perigoso, dentro deuma operação que estava sendo realizada”, disse. “Isso é extremamente grave. Certamente alguém de dentro daSuperintendência tomou conhecimento dessas investigações em alguns números queestavam sendo monitorados com autorização judicial e essa pessoa teria vazadopara o advogado que era um dos alvos”, afirmou o delegado.Os agentes da Operação Cerol também encontraram umacorrespondência manuscrita pelo advogado Pelúcio ao ex-superintendente do Riode Janeiro delegado José Milton Rodrigues, preso hoje na operação. De acordocom Teixeira, na carta Pelúcio alertava o delegado de que uma devassa estariana iminência de ocorrer na regional. “Ele tinha informações de que seria desencadeada umaoperação, só não sabia evidentemente quando, como e quem iria fazer isso”,disse Teixeira.