Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro,comentou hoje (20) que, embora a arrecadação de impostos esteja registrandorecordes consecutivos, não há folga para atingir a estimativa de R$ 358,4bilhões previstos no decreto de programação financeira para este ano. “Seformos comparar a arrecadação em relação à previsão de gastos do governo emtermos de execução financeira e orçamentária, para este ano estamos muito emcima dos valores esperados”, afirmou. “São dois parâmetros completamente diferentes. Folga seriase a gente conseguisse superar o que está previsto para se gastar este ano”,disse.A arrecadação bruta em impostos e contribuições já atingiuR$ 188,734 bilhões. Mas para efeito de execução financeira, é preciso descontaras restituições de imposto de renda e outros créditos a contribuintes.Pinheiro afirmou que para alcançar a estimativa a Receitaconta apenas com “o bom desempenho da economia, que está acontecendo, e também comum reinvestimento que historicamente se faz no aumento da eficiência daadministração pública”. Ele comentou que é engano acreditar que o fato de aarrecadação estar crescendo é possível promover medidas de desoneração. “No diaque a gente for pensar sobre o impacto de uma desoneração tributária de maneiraisolada, o país quebra, porque é “cinquentinha” aqui, “duzentinhos” ali, queisoladamente dá para administrar, mas se você soma é realmente complicado”,disse Pinheiro ao comentar que só o conjunto de pleitos dos últimos seis mesesprovocaria o desequilíbrio fiscal no país.