Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - Os investimentos na região Nordeste caíram de formasignificativa tanto em decorrência da queda do investimento público, da qual aregião sempre foi muito dependente, como do investimento privado.A constatação faz parte do diagnóstico feito por técnicos doMinistério da Integração Nacional e da Agência de Desenvolvimento do Nordeste(Adene) para o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste(PDNE), apresentado hoje (20) durante o XI Encontro Regional de Economia –Fórum BNB de Desenvolvimento, em Fortaleza.O diretor da Adene, Enildo Meira Junior, disse que apesar deavanços em alguns setores como o de serviços, “a economia nordestina vemperdendo posição relativa tanto no comércio internacional do país como nastrocas entre as regiões brasileiras caminhando em direção ao isolamentoeconômico”. Os indicadores sociais também continuam piores do que asdemais regiões do país embora o Nordeste tenha registrado uma das mais elevadastaxas de melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre 1970 e 1996(103,3%), quando comparada aos índices das demais regiões, aponta o documento. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável prevê algumaslinhas de intervenção, como a ampliação e fortalecimento da estrutura produtivaexistente, investindo na infra-estrutura e logística da região e nacapacitação, e na inovação e difusão do conhecimento. É preciso ainda, segundo estudo, apoiar o incremente dochamado capital social, ou seja, apoiar a organização da sociedade, o estímuloao associativismo e o combate ao analfabetismo funcional, que na regiãoalcançava, em 2002, 40,8% da população até 15 anos de idade, enquanto a médianacional era de 26%. A proposta prevê ainda o fortalecimento da gestão ambientalincluindo a recuperação de áreas degradadas.O PDNE aponta seis metas a serem atingidas pela região até2025: a elevação do índice de escolaridade dos atuais cinco anos médios paradez anos médios; a redução da taxa de analfabetismo de 22,4% da população desete anos ou mais para 8,4%; redução da mortalidade infantil de 37,7 óbitos pormil crianças para 11,6%; aumento do numero de domicílios com abastecimento deágua de 72,1% para quase 100% (99,5%) e ampliação dos domicílios comesgotamento sanitário de 25,7% para 77,1%.A proposta aponta ainda como estratégico projetos comoa integração de bacias do Rio São Francisco, a construção da FerroviaTransnordestina, a revitalização da Bacia do São Francisco,a duplicação da BR 101, a ampliação da FerroviaNorte-Sul, modernização e ampliação dos portos, ampliaçãoe integração da Rede de Gasodutos e a Hidrovia do São Francisco.