Luta das trabalhadoras domésticas no Brasil já dura mais de 70 anos

20/07/2006 - 17h25

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Como categoriasindical, as trabalhadoras domésticas estão mobilizadasdesde 1988, mas a luta em busca da garantia dos direitos acontece hámais de 70 anos. Hoje, com o debate sobre a possibilidade de ampliaros direitos trabalhistas, o grupo reivindica o fim de relações“servis” e a rápida mudança para a garantia dedireitos. De acordo com o Ministério do Trabalho, o Brasil tem6,4 milhões de empregados domésticos. Desse total,apenas 1,67 milhão têm carteira assinada e 93,3% sãomulheres.“Estamos mobilizadasem sindicatos desde 1988, mas antes já existia uma grande lutapela carteira assinada, pelos direitos da previdência e atépara ser reconhecida como categoria de trabalhadores. Até 1988não éramos”, conta uma das integrantes da diretoriada Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas(Fenatrad) Nila Coelho, em referência os debates embalados pelaConstituição Federal.No documento enviadopela Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) aopresidente Luiz Inácio Lula da Silva, a categoria argumentaque “o trabalho doméstico precisa ser reconhecido como partedas relações do mundo do trabalho e para tal aequiparação dos direitos trabalhistas éfundamental, urgente e não pode continuar se dando de formagradativa”.Para as organizaçõesé inaceitável a permanência, no Brasil, derelações de trabalho “marcadas pela servidão”,além de ser “intolerável a desvalorizaçãodo trabalho doméstico e o não reconhecimento dosdireitos trabalhistas das pessoas que estão profissionalmentededicadas a este trabalho, pessoas essas que, não por acaso,em sua grande maioria, são mulheres e negras”.