Brasileiro, morador dos territórios israelenses, relata "pressão" do conflito armado

20/07/2006 - 18h11

Milena Assis e Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília (Brasil) - O presidente do Centro Cultural Israel-Brasil, advogado brasileiro Marcos Wasserman, relatou que a população vive sob a pressão de conviver numa região com dezenas de mortos e centenas de feridos, vítimas dos ataques de Israel ao sul do Líbano e dos contra-ataques do Hizbollah, grupo armado libanês. “Brasileiro, francês, canadense. É como um bangue-bangue de polícia e bandido, passa um transeunte inocente e leva tiro sem ter nada com a história nesse conflito entre Israel e Líbano”, disse em entrevista por telefone à Agência Brasil.Wasserman disse que muitas pessoas não entendem que, na verdade, o conflito, que ocorre na região, é entre Israel com o Hizbollah. “Acho que há um grande equívoco na visão geral da população. Israel não está em guerra com o Líbano, existe uma guerra de Israel com o Hizbollah, que é uma organização terrorista e que atacou Israel sem motivo, sem justificativa”, alegou.Ele conta que o norte de Israel está praticamente paralisado com os ataques. “É uma população de quase um milhão de pessoas que vai ao cinema, ao teatro, no café, aonde for e está com o rádio ligado e quando tem algum noticia séria corre para um abrigo anti-aéreo, ouve a sirene avisando que tem procurar um lugar para se proteger de qualquer bomba que caia.”De acordo com Wasserman, pela primeira vez os países árabes não estão apoiando o lado árabe na guerra. “O Egito, a Jordânia, a Arábia Saudita não estão apoiando esse conflito sobre o aspecto árabe, o que é uma situação raríssima que durante todos esses anos de guerra que houve com os países árabes e com os palestinos.”As forças de Israel ocuparam o sul do Líbano em 2000. Há seis anos saíram e foi fixada uma fronteira internacional, não reconhecida pelo Líbano. Desde então, explica o brasileiro, houve a cada três meses um ataque de pequenas proporções por parte do Hizbollah. “No meio da história infelizmente sempre acontecem vítimas inocentes que são atingidas, seja israelenses judeus, israelenses curdos, todos que sofrem ataques.”