Saldo das contas externas do país cai 37%, aponta BC

21/06/2006 - 16h10

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As contas externas do país continuam com saldo positivo de janeiro a maio deste ano, mas tiveram um resultado pior que o do mesmo período do ano passado. A mudança foi revelada pelo Relatório de Setor Externo, divulgado hoje (21) pelo Departamento Econômico do Banco Central (BC).

Continuam altos o saldo comercial (US$ 3,027 bilhões), os investimentos estrangeiros em bolsa de valores (US$ 2,635 bilhões) e investimentos do exterior no setor produtivo (US$ 1,576 bilhão). Mas, de janeiro a maio, o saldo geral das contas externas foi 36,92% menor que o mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o resultado foi considerado "muito bom para os padrões brasileiros", pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. O balanço de pagamentos, que reflete todas as movimentações de recursos com o exterior, terminou o mês de maio com saldo de US$ 6,769 bilhões.

Os investimentos estrangeiros diretos mesmo com saldo posivito estão caindo. Somaram US$ 1,576 bilhão no mês, mais que o dobro dos US$ 709 milhões registrados em maio do ano passado. De janeiro para cá, os investimentos acumulam saldo de US$ 6,324 bilhões, com redução de 12,03% frente aos investimentos de janeiro a maio de 2005, que chegaram a US$ 7,189 bilhões.

Enquanto caiu a entrada de investimento direto, aumentaram os gastos com compra de tecnologia e equipamentos do exterior. As despesas com aluguel de equipamentos, por exemplo, subiram 31% em maio. E os gastos com pagamentos de licenças de informática e direitos de propriedade subiram 32%.

As remessas líquidas de renda para o exterior atingiram US$ 2,145 bilhões no mês passado, com redução de 7,5% em relação a maio de 2005; mas, no acumulado do ano, somam US$ 11,750 bilhões. Maiores, portanto, que os US$ 10,476 bilhões registrados em remessas em igual período do ano passado.

O BC mantém a previsão de que os investimentos estrangeiros diretos chegarão ao final do ano com US$ 18 bilhões, embora o mercado trabalhe com expectativa de US$ 15 bilhões, de acordo com o boletim Focus desta semana.