Defensores da Zona Franca de Manaus criticam plano do governo federal para a Amazônia

21/06/2006 - 17h49

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - Trabalhadores, empresários, o governo do Amazonas e setores do próprio governo federal criticam o Plano Amazônia Sustentável (PAS) por não destacar ao modelo de desenvolvimento da Zona Franca de Manaus. O documento está sendo debatido hoje (21) na capital amazonense, em consulta pública com mais de 250 pessoas.

"O documento trata do pólo industrial de Manaus em apenas dois parágrafos, com referências não muito elogiosas", reclama o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Raimar Aguiar. "Quando se pensa em Amazônia sustentável, não se pode esquecer os trabalhadores da indústria", reforça o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Amazonas, Ademar da Silva.

"O PAS fala pouco do pólo industrial, que é a coisa mais importante da Amazônia Ocidental", opina o secretário estadual de Planejamento, Ozias Monteiro. "Por causa dele, o Amazonas é o estado menos desmatado [da região], com 98% de suas florestas preservadas".

"A Zona Franca é sem sombra de dúvidas o projeto de desenvolvimento regional mais exitoso do Brasil", diz o diretor geral da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), Djalma Melo. "Apesar dos incentivos fiscais, ela responde por 70% da arrecadação de tributos federais na região norte".

"Não é só Manaus que precisa ter um pólo industrial", rebate a secretária de coordenação amazônica do Ministério do Meio Ambiente, Muriel Saragoussi. "Precisamos trabalhar com a biotecnologia, potencializar a riqueza natural".