Comprador da Varig admite que pode não ter dinheiro para a primeira parcela

21/06/2006 - 20h11

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que reúne as associações de funcionários da empresa e sindicatos do setor aéreo, admitiu hoje (21) que a primeira parcela da compra da companhia aérea pode não ser paga no prazo estabelecido. A Justiça determinou que um depósito de US$ 75 milhões (cerca de R$ 165 milhões) seja feito até sexta-feira (23) – o limite seria amanhã (22), mas foi estendido em função da alteração no expediente do Judiciário por conta do jogo do Brasil.

"Ninguém aqui tem 100% de segurança de que esses recursos estarão à disposição e serão apresentados até sexta-feira", afirmou o coordenador da TGV, Márcio Marsillac. Ele garante haver um consórcio entre investidores e a NV Participações, que apresentou a proposta de compra da Varig em nome dos funcionários. Mas mantém as identidades em segredo. "Na hora devida, os nomes dos parceiros surgirão".

Segundo a assessoria de imprensa da TGV, Ricardo Largman, as negociações ainda não foram fechadas com os investidores e dependem de acertos internacionais. Por essa razão, o plano de negócios que seria apresentado hoje ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), visando à obtenção de financiamento para investimentos futuros na Varig, ficou para os próximos dias. O plano está em fase de atualização, uma vez que foi traçado por uma empresa de consultoria norte-americana contratada pelos credores da Varig para elaborar a reestruturação financeira da companhia.