Artesã diz que renda obtida na feira de agricultura familiar melhora a vida das trabalhadoras rurais

21/06/2006 - 18h08

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A artesã Maria Clara dos Santos veio de Inhapi, Alagoas, para vender almofadas, bolsas, esteiras e jogos americanos de folha de bananeira na 3ª Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária. O evento começou hoje (21), em Brasília, e termina no próximo domingo (25)

Santos faz parte de um grupo de trabalhadoras rurais que produzem o artesanato durante o período em que não há plantio ou colheita de safra na região. Ela diz que sente "uma alegria muito grande" quando vê as pessoas usando produtos confeccionados por ela, e que a renda gerada com a venda é melhora a vida das trabalhadoras.

"Depois do artesanato, a trabalhadora rural que nem estudava porque não tinha dinheiro para comprar material hoje está estudando, tem uma roupinha melhor e uma alimentação de mais qualidade", conta.

Como a artesã, outros cerca de 500 expositores participam da feira, cuja importância vai além da venda dos produtos aos visitantes. Durante o evento, acontecem rodadas de negociações entre os agricultores e empresários, como proprietários de restaurantes, bares e supermercados. Em 2006, os participantes venderam cerca de R$ 1,5 milhão e outros R$ 8 milhões foram negociados.

"É uma feira que faz com que os produtos da agricultura familiar sejam conhecidos, e aqui é um ambiente propício para negócios e para fazer a propaganda daquilo que é a riqueza da agricultura familiar brasileira", afirma o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Produtos como queijos, grãos, salames, doces, além de artesanato estão expostos na feira. A expectativa é que ela receba a visita de cerca de 60 mil pessoas, o mesmo público do ano passado. O dinheiro arrecadado com os ingressos vai para o programa Fome Zero.