Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Na avaliação do presidente da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), Ronald Martin Dauscha, a nova Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do Brasil, de março de 2004, ainda não conseguiu alavancar o investimento em inovação no país.
Segundo ele, a política prioriza o aspecto de inovação nas empresas, mas muitos desses programas e diretrizes prioritárias (nos segmentos de bens de capital, software, químicos e fármacos e micro-eletrônica), exigem os aportes necessários de fomento. "Se não existem os fomentos disponíveis para criar esse interesse, nem todos os itens e programas da política industrial estão totalmente no estágio que nós gostaríamos."
Ele observa que, se por um lado o governo prioriza a exportação de produtos de maior valor agregado, que embutam o uso de tecnologias inovadoras, de outro lado o país ainda está calcado em exportações de um valor não tão alto em termos de valor agregado.
"Temos uma economia mundial aquecida que permite você ter um volume alto e um preço relativamente aquecido de commodities. Mas isso não é uma situação duradoura. Ao longo dos anos temos percebido que, no comércio mundial, há um crescimento grande de produtos com alta intensidade tecnológica", disse, acrescentando que, de 1985 a 2000, a estrutura das exportações mundiais cresceu de 11% para 23% somente em manufaturados de alta tecnologia.