Brasília, 24/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara enviará amanhã (25) ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, documentos das investigações sobre os deputados acusados – na Operação Sanguessuga, da Polícia Federal –de envolvimento na compra de ambulância a preços superfaturados.

Após reunião da comissão, o corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), informou que serão enviados "alguns esclarecimentos de erros que aconteceram, chegando ao ponto de indicar um parlamentar e era outro". Ele disse que entre os documentos estão os depoimentos tomados de pessoas presas e também na comissão. E considerou "acertada" a decisão dos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de devolver as investigações à Procuradoria.

As investigações da comissão, informou Nogueira, foram iniciadas com o material enviado pela Polícia Federal, "que não tem autoridade para investigar parlamentares". Agora, acrescentou, caso o Ministério Público encontre indícios contra parlamentares, "poderemos ter instrumentos mais fortes". Ele disse que o resultado deverá ser enviado à Câmara em até 15 dias e que a Corregedoria encaminhará seu parecer à Mesa Diretora, a quem cabe decidir sobre a abertura de processo disciplinar contra deputados.

Em resposta a questionamentos do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), em plenário, o presidente da Câmara afirmou que a Mesa Diretora das duas Casas do Congresso acompanhará as investigações da Procuradoria-Geral da República. E que "no mais breve espaço de tempo" serão abertos processos contra os que estão realmente envolvidos no caso.

Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), os presidentes da Câmara e do Senado "estão se livrando do problema e indicando que vão tentar inviabilizar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para invesgiar os sanguessugas. Estão tirando a batata quente das mãos porque tem muita gente envolvida".

O deputado Fernando Gabeira informou que já tem pronto um recurso a ser apresentado ao Supremo Tribunal Federal, caso seja decidido o arquivamento dessa CPI. E acrescentou: "O pedido tem fato determinado e assinaturas suficientes. Será um absurdo arquivá-lo".