Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Supremo Tribunal Federal decidiu manter presos os acusados de envolvimento na compra superfaturada de ambulâncias, atráves de recursos de emendas parlamentares. O esquema foi desarticulado pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal. A decisão foi tomada pela presidente do STF, ministra Ellen Gracie. A ministra deferiu pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, no sentido de suspender os efeitos da decisão proferida ontem (23) pelo Tribunal Regional Federal da primeira região, em Brasília, que havia mandato soltar todos os presos.
Ao mandar soltar os envolvidos, a Justiça Federal teria alegado que a competência para presidir as investigações seria do Supremo. A presidente do STF afirmou que "nenhum outro órgão judiciário que não a própria Suprema Corte está autorizado pelo sistema constitucional a impor tal manifestação". Na liminar, a ministra Ellen Gracie afirma que ficam mantidas todas as prisões decretadas pelo juiz da segunda Vara Federal da Seção Judiciária de Mato Grosso onde tramitavam os inquéritos e demais procedimentos referentes à "operação sanguessuga".
O procurador Antonio Fernando argumentou, no pedido de liminar, que o Tribunal Regional Federal anulou as prisões decretadas em decisão alheia a sua jurisdição. O procurador, também, informou que a documentação relativa ao possível envolvimento de parlamentares citados nas escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal já foi encaminhada para instauração de inquérito no STF, estando sob análise da própria Procuradoria Geral da República.