Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Mato Grosso foi o estado brasileiro em que mais pessoas foram libertadas do trabalho escravo no ano passado. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram libertados 1.411 trabalhadores no estado. Em todo o país foram 4.113 libertações. Mato Grosso está na fronteira agrícola brasileira e possui conflitos em relação a sua questão fundiária. A maior unidade federativa da região Centro-Oeste foi considerada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) como o estado com o maior conflito agrário do país.
O planejamento para o combate ao trabalho escravo no estado ganhou força a partir de um problema ligado à fiscalização de fazendas neste ano. No dia 8 de fevereiro, uma ação do Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho foi recebida a tiros pela Polícia Militar do Mato Grosso. A situação gerou uma nota de repúdio da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), que decidiu realizar a próxima reunião do grupo no estado.
O colegiado integra representantes do governo federal e da sociedade civil que lutam pela erradicação do trabalho escravo no país. Já na época, o governador do estado, Blairo Maggi, foi convidado a participar do encontro para discutir a situação, evitar novos conflitos e formular um planejamento conjunto. No dia 28, a comissão esteve em Mato Grosso para discutir um plano de ação para erradicar o trabalho escravo. O objetivo era unir governo federal, estadual e o segmento produtivo do estado. Hoje (24), a comissão formou um grupo para debater as propostas.