Brasília, 24/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) voltarão a ser ofertadas em junho, anunciou hoje (24) o secretário Carlos Kawall. Esse tipo de papel, pós-fixado, não era vendido desde novembro. O cronograma de refinanciamento da dívida pública para junho, a ser anunciado na sexta-feira (26), trará os detalhes da emissão.
Ao comentar a decisão da Secretaria do Tesouro Nacional, Kawall disse a venda das Letras estava prevista no Programa Anual de Financiamento (PAF) da dívida e que a intenção é aproveitar o momento de alta volatilidade da economia.
Também por conta dessa volatilidade, será realizado amanhã (25) novo leilão simultâneo de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B), papel atrelado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o secretário, a oferta terá o mesmo volume, de R$ 1,5 bilhão, do leilão realizado hoje.
Kawall atribuiu a atual turbulência no mercado à instabilidade externa provocada pela decisão do banco central norte-americano (Federal Reserve) de anunciar nova alta de juros. "O Brasil é passageiro da instabilidade, assim como agentes financeiros globais", afirmou.
Diante das críticas de analistas de que o governo estaria sendo "dúbio" quanto ao cumprimento da meta de superávit primário para este ano, estabelecida em 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), Kawall afirmou que o governo "tem sido transparente" e nunca afirmou que a meta seria de 4,11% do PIB. "Estamos mirando a meta de 4,25%", afirmou.
Ele esclareceu que, como é difícil acertar exatamente nos 4,25%, o decreto de programação financeira traz uma reserva que eleva a meta para 4,5% e o resultado poderá até ser superior a ela, "mas não será inferior".
Kawall lembrou ainda que o governo poderá abater 0,14% do resultado, o permitido pela Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) para gastos com o Projeto Piloto de Investimentos (PPI).