Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A taxa de desemprego nos 39 municípios que compõe a Grande São Paulo em abril ficou estável em 16,9% na comparação com março último. No entanto, é a menor para um mês de abril desde 1997, quando estavam desempregados 15,9% da População Economicamente Ativa (PEA). De acordo com a pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o número de pessoas sem emprego somou 1,7 milhão, cinco mil a mais do que no mês anterior e 53 mil abaixo do registrado em abril do ano passado.
No período foram criadas 40 mil vagas e eliminadas outras 18 mil. Só os cortes efetuados pelo setor da indústria atingiram 13 mil postos de trabalho e no comércio foram fechados outros 5 mil. Houve um saldo positivo de 22 mil novas vagas, mas ao mesmo tempo entraram para o mercado de trabalho 27 mil pessoas. O coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Seade, Alexandre Loloian, considerou "atípico o movimento de geração de postos e de entrada de pessoas no mercado de trabalho". Ele salientou que apesar do pouco dinamismo a análise dos dados está sendo feita sobre bases em que houve uma forte retomada nas contratações, 2004 e 2005.
Sobre os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem (23) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, indicando recorde na geração de postos de trabalho, Loloian observou que nesta pesquisa entram os resultados de todo o estado de São Paulo, onde houve crescimento nas ofertas de trabalho no interior. Loloian lembrou que o aquecimento ficou concentrado na indústria de transformação da área alimentícia e no setor de produção de álcool e açúcar. Ainda dentro do agronegócio, citou a produção de laranja e o toda a cadeia de processamento do setor.