Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio - O Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do Instituto Nacional do Câncer (Inca) vai receber R$ 4 milhões para modernização e expansão de estruturas. Os recursos virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com eles, serão beneficiados, por ano, cerca de quatro mil pacientes que precisam de transplante de células-tronco.
Segundo o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini, o financiamento não-reembolsável do BNDES representa o maior repasse liberado pelo banco para o fim social. Com ele, o instituto se tornará a primeira unidade pública especializada no armazenamento de células-tronco.
O coordenador do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca, Luiz Bouzas, acredita que o financiamento vai possibilitar a ampliação da capacidade de armazenamento de três mil para mais de 10 mil unidades de bolsas de células-tronco, o que deve suprir um terço da demanda nacional.
Para o presidente do BNDES, Demian Fiocca, a iniciativa representa uma ampliação da expectativa da cidadania. "Essa expectativa já existe em clínicas privadas, para um público com maior poder aquisitivo, mas ainda é escassa a possibilidade de se ter o acesso às células tronco e a preservação do cordão umbilical na rede pública", reconhece Fiocca. "Na medida em que todos esses agentes públicos – Ministério da Saúde, Inca e o BNDES - atuam de maneira coordenada o resultado final para a população é bem melhor."
De acordo com o Inca, o projeto também é um importante passo para a estruturação da Rede BrasilCord. A rede pública de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário para transplante de células-tronco foi criada pelo Ministério da Saúde em setembro de 2004. As células-tronco são conhecidas pelo potencial de se transformar em outras células e tecidos do corpo. Já foram usadas com sucesso no tratamento de problemas na medula óssea e coração.