Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Entidades de defesa dos direitos humanos decidiram na noite de hoje (16) que irão pedir à Ouvidoria Geral da Polícia de São Paulo a apuração das circunstâncias de morte dos 71 acusados de praticar ataques contra bases policiais nos últimos dias no estado paulista.
De acordo com o último balanço da polícia, foram registradas 115 mortes em decorrência da ação dos bandidos desde sexta-feira: 71 pessoas consideradas suspeitas, 32 policiais, oito agentes de segurança penitenciária e quatro civis.
As entidades, que participaram de reunião na Assembléia Legislativa do estado de São Paulo, dizem ter informações de que pessoas inocentes, como estudantes, tenham sido mortas durante a ação de repressão da polícia.
"O clima de terror não pode se tornar uma carta branca para matar", diz o coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves. Ele afirma ainda que existem denúncias da ação de "esquadrões da morte", de justiceiros e de policiais que estariam trabalhando vestidos com tocas que impediriam a identificação de seus rostos.
Participaram da reunião representantes do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana, do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, do Ministério Público Democrático, da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, do movimento Tortura Nunca Mais e da Justiça Global.